Uma seleção introdutória de passagens das escrituras bahá’ís sobre a temática da Ordem Administração bahá’í.
Devemos notar que esta Ordem Administrativa difere fundamentalmente de qualquer coisa estabelecida pelos Profetas do passado, pois foi o próprio Bahá´u´lláh quem revelou os princípios e determinou as instituições desta Ordem, designando a pessoa para interpretar Sua Palavra e concedendo a devida autoridade ao organismo destinado a suplementar e aplicar Suas ordenanças legislativas. Aí está o segredo da força da Ordem Administrativa, a distinção fundamental e a garantia contra a desintegração e o cisma.
(Shoghi Effendi, A Ordem Mundial de Bahá’ú’lláh )
Pois Bahá'u'lláh, devemos prontamente reconhecer, não somente imbuiu a humanidade de um Espírito novo e regenerador. Ele não apenas enunciou certos princípios universais e propôs uma bem definida filosofia, não importa quão potentes, sãos e universais eles sejam. Além disso, Ele, como também 'Abdu'l-Bahá depois dEle, diferentemente das eras religiosas do passado, estabeleceram clara e especificamente um código de Leis e instituições bem definidas, e proveram os princípios essenciais de uma Economia Divina. Esses princípios estão destinados a servir de modelo para a sociedade futura, constituem um instrumento supremo para a inauguração da Paz Máxima e são o único meio de unificar o mundo e proclamar o reino de retidão e justiça na terra. Eles não só revelaram todas as orientações necessárias para a realização prática daqueles ideais que os Profetas de Deus visualizaram e que desde tempos imemoriais estimularam a imaginação de visionários e poetas em todas as épocas.
(Shoghi Effendi, A Ordem Mundial de Bahá’ú’lláh )
Que ninguém – enquanto este Sistema estiver ainda na infância – forme um conceito errôneo de seu caráter, lhe diminua a significação ou lhe atribua um objetivo falso. A rocha que alicerça esta Ordem Administrativa é o Propósito imutável de Deus para a humanidade de hoje. A Fonte de que deriva sua inspiração não é outra senão o próprio Bahá'u'lláh. Seu escudo e seu defensor são as hostes do Reino de Abhá, que lutam em batalha. Sua semente é o sangue de nada menos de vinte mil mártires que ofereceram as vidas para que essa Ordem nascesse e se desenvolvesse. O eixo, em torno do qual giram suas instituições, são as autênticas provisões da Última Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá. Os princípios que a guiam são as verdades tão claramente enunciadas por Aquele Intérprete infalível dos ensinamentos de nossa Fé, em Seus discursos públicos no Ocidente. As leis que lhe governa a operação e limitam as funções são aquelas que foram expressamente ordenadas no Kitáb-i-Aqdas. A sede na qual concentrar-se-ão suas atividades espirituais, humanitárias e administrativas é o Mashriqu’l-Adhkár e as suas Dependências. Os pilares que lhe sustentam a autoridade e fortalecem a estrutura são as instituições gêmeas da Guardiania e da Casa Universal de Justiça. O intuito central que a baseia e anima é o estabelecimento da Nova Ordem Mundial, segundo esboçada por Bahá'u'lláh. Os métodos que emprega, o padrão que ela inculca, não inclinam nem para Oriente nem Ocidente, judeu ou gentio, nem para rico ou pobre, branco ou preto. Sua divisa é a unificação da espécie humana; seu estandarte, a "Maior Paz"; sua consumação, o advento daquele milênio áureo – o Dia em que os reinos deste mundo terão se transformado no Reino do próprio Deus, no Reino de Bahá'u'lláh.
(Shoghi Effendi, A Ordem Mundial de Bahá’ú’lláh )
O Senhor vosso Deus ordenou que em cada cidade se estabeleça uma Casa de Justiça onde se reúnam conselheiros em número de Bahá, não havendo mal se tal número for excedido. Eles devem considerar que estão entrando na Corte da presença de Deus, o Excelso, o Altíssimo, e que contemplam Aquele que é o Invisível. Compete-lhes ser os fidedignos do Misericordioso entre os homens, e considerar a si mesmos como os guardiães, nomeados por Deus, de todos os habitantes da terra. Incumbe-lhes consultar em conjunto e cuidar dos interesses dos servos de Deus, por amor a Ele, da mesma forma como cuidam dos seus próprios interesses, e devem escolher o que for digno e apropriado. Assim vos ordenou o Senhor vosso Deus, o Perdoador, o Excelso. Acautelai-vos para não rejeitar o que está claramente revelado em Sua Epístola. Temei a Deus, ó vós que percebeis.
(Bahá’u’lláh, The Kitáb-i-Aqdas (O livro Sacratíssimo))
Essas Assembleias Espirituais são amparadas pelo Espírito de Deus. Seu defensor é 'Abdu'l-Bahá - sobre elas estende Ele Suas asas. Que graça há maior que essa? Tais Assembleias Espirituais são lâmpadas radiantes e jardins celestiais, donde as fragrâncias da santidade difundem-se por todas as regiões e as luzes do conhecimento irradiam-se sobre todas as coisas criadas. Delas emana em todas as direções o espírito da vida. Elas, em verdade, são as poderosas fontes do progresso do homem, em todos os tempos e sob todas as condições.
(Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá )
As questões tratadas devem limitar-se a assuntos espirituais, pertinentes ao treinamento das almas, à educação das crianças, ao alívio dos pobres, ao auxílio dos fracos entre todas as classes do mundo, à bondade para com todos os povos, à difusão das fragrâncias de Deus e ao enaltecimento de Sua Santa Palavra. Se eles esforçarem-se por cumprir estas condições, a Graça do Espírito Santo ser-lhes-á concedida e essa Assembleia tornar-se-á o centro das bênçãos Divinas, as hostes da confirmação Divina virão em seu auxílio, e dia a dia receberá uma nova efusão do Espírito.
(‘Abdu’l-Bahá, citado por Shoghi Effendi in Administração Bahá’í )
Os requisitos primordiais para aqueles que se reúnem em consulta são pureza de motivo, espírito radiante, desprendimento de tudo menos de Deus, atração a Suas Fragrâncias Divinas, humildade e submissão entre Seus bem-amados, paciência e resignação em dificuldades e serviço a Seu excelso Limiar. Se por Sua graça forem auxiliados a adquirir estes atributos, ser-lhes-á concedida a vitória proveniente do Reino invisível de Bahá. Nesta era, assembleias consultivas são da máxima importância e de uma necessidade vital. Obediência a elas é essencial e obrigatória. Seus membros devem consultar conjuntamente de tal modo que nenhuma ocasião para mal-entendidos ou discórdia possa surgir. Isto pode ser atingido quando cada membro expressa com absoluta liberdade sua própria opinião e expõe seu argumento. Se alguém se opuser, ele não deve de forma alguma sentir-se ofendido, pois o caminho certo não pode ser revelado antes que as questões sejam plenamente consideradas. A brilhante fagulha da verdade só aparece com o choque das opiniões divergentes. Se, após a consideração do assunto, chegar-se a uma decisão unânime, será muito bom; mas se, Deus o proíba, surgirem diferenças de opinião, a maioria das vozes deverá predominar.
(Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá )
A primeira condição é absoluto amor e harmonia entre os membros da Assembleia. Eles precisam estar totalmente livres de desavença e devem manifestar em si próprios a Unidade de Deus, pois são as ondas do mesmo mar, as gotas de um só rio, as estrelas de um só céu, os raios do mesmo sol, as árvores de um só pomar, as flores do mesmo jardim. Se não existir harmonia de pensamento e absoluta unidade, essa reunião será dispersada, essa assembleia se reduzirá a nada. A segunda condição: devem, ao reunir-se, volver as faces para o Reino nas alturas e pedir auxílio do Reino de Glória. Devem então prosseguir expressando as opiniões com a maior devoção, cortesia, dignidade, cuidado e moderação. Em todo assunto devem buscar a verdade e não insistir cada qual na própria opinião, pois a obstinação e a persistência no próprio ponto de vista levarão afinal à discórdia e à disputa, e a verdade permanecerá oculta. Os honrados membros devem com toda liberdade expressar os próprios pensamentos, e de modo algum é permissível menosprezar os pensamentos de outrem; antes, devem, com moderação, expor a verdade e, se surgirem diferenças de opinião, a maioria das vozes deverá prevalecer, e todos devem obedecer e submeter-se à maioria. Tampouco é permitido que qualquer dos honrados membros faça objeção a decisão tomada anteriormente, ou a censure, na reunião ou fora dela, ainda que tal decisão não seja certa, pois tal crítica impediria a execução de qualquer decisão. Em suma, tudo o que for decidido em harmonia, e com amor e pureza de motivo, resultará em luz, e se prevalecer o menor traço de dissensão o resultado será treva sobre treva... Se isso for assim levado em consideração, essa assembleia será de Deus, mas, de outro modo, levará à frieza e alienação, as quais procedem do Ente Mau. ... As questões tratadas devem limitar-se a assuntos espirituais, pertinentes ao treinamento das almas, à educação das crianças, ao alívio dos pobres, ao auxílio dos fracos entre todas as classes do mundo, à bondade para com todos os povos, à difusão das fragrâncias de Deus e ao enaltecimento de Sua Santa Palavra. Se eles esforçarem-se por cumprir estas condições, a Graça do Espírito Santo ser-lhes-á concedida e essa Assembleia tornar-se-á o centro das bênçãos Divinas, as hostes da confirmação Divina virão em seu auxílio, e dia a dia receberá uma nova efusão do Espírito.
(Seleção dos Escritos de ‘Abdu’l-Bahá )
Os deveres daqueles que os amigos livres e conscienciosamente elegeram como seus representantes, não são menos vitais e comprometidos do que as obrigações daqueles que os escolheram. Sua função é não ditar, mas consultar, e consultar não apenas entre si, mas tanto quanto possível com os amigos a quem representam. Devem ver a si mesmos sob nenhuma outra luz, que não aquela de instrumentos escolhidos para uma mais eficiente e digna representação da Causa de Deus. Eles não devem ser deixados a supor que são os ornamentos centrais do corpo da Causa, intrinsecamente superior a outros em capacidade ou mérito, e promotores únicos de seus ensinamentos e princípios. Devem abordar sua tarefa com extrema humildade, e se empenhar, com mente aberta, com auto-senso de justiça e dever, franqueza, modéstia e inteira devoção ao bem-estar e interesses dos amigos, da Causa e da humanidade, para ganhar, não somente a confiança e genuíno apoio e respeito daqueles a quem servem, mas também sua estima e real afeição. Devem, em todos os momentos, evitar o espírito de exclusividade, e atmosfera de segredo, libertar-se de uma atitude de domínio, e banir todas as formas de preconceito e paixão por suas deliberações. Devem, dentro dos limites da sábia discrição, fazer dos amigos seus confidentes, inteirá-los de seus planos, compartilhar com eles seus problemas e ansiedades, e buscar seu parecer e conselho. E, quando forem convocados para chegar a uma determinada decisão, devem, depois de desapaixonada, interessada e cordial consulta, voltarem-se para Deus em oração, e com sinceridade e convicção e coragem, anotar seus votos e aquiescer à voz da maioria, a qual é nos dita pelo Mestre como a voz da verdade, jamais a ser desafiada, e sempre globalmente reforçada. A esta voz, os amigos devem entusiasmadamente responder, e vê-la como o único meio que pode assegurar a proteção e o avanço da Causa.
(Shoghi Effendi, Administração Bahá’í )