O trabalho é um aspecto universal e essencial da existência humana. Através do trabalho, as pessoas obtêm os meios de subsistência e realizam muitas de suas potencialidades. “Os melhores dos homens são aqueles que ganham seu sustento por meio de sua vocação e despendem em benefício de si próprios e dos seus semelhantes por amor a Deus, o Senhor de todos os mundos”.1
O trabalho é indispensável para o progresso e a geração de riqueza – não somente para a própria pessoa, mas para todos os povos do mundo. Riqueza pessoal é aceitável caso seja obtida por meio de trabalho honesto e sua aquisição não seja causa de empobrecimento de outros. “A riqueza”, disse ‘Abdu’l-Bahá, “é meritória ao máximo, contanto que a inteira população seja rica. Se, entretanto, poucos têm riquezas excessivas enquanto os demais estão empobrecidos, e nenhum fruto ou benefício advier daquela riqueza, ela é então somente responsabilidade para o seu possuidor”.2
Para cumprir seu propósito, o trabalho não pode ser reduzido a um mero meio de satisfazer desejos e necessidades. Ele deve encontrar constante expressão no serviço à humanidade. Quando executado em espírito de serviço, o trabalho pode ser visto como um ato de adoração. “todo esforço, toda função desempenhada pelo homem, de todo o coração, se for movida pelos mais nobres propósitos e pelo desejo de servir à humanidade, é adoração”3 são palavras de ‘Abdu’l-Bahá. “Isto é adoração”, continua Ele,“servir à humanidade e suprir as necessidades do povo”.4 Ademais, empenhar-se em excelência faz parte de um trabalho significativo e serviço desinteressado à humanidade. “Deveis vos distinguir por amar a humanidade, por unidade e harmonia, por amor e justiça. Em suma, deveis vos distinguir em todas as virtudes do mundo humano – pela lealdade e sinceridade, pela justiça e fidelidade, pela firmeza e constância, pelas obras e serviços filantrópicos ao mundo humano, pelo amor a todo ser humano, pela unidade e concórdia com todas as pessoas, pela remoção dos preconceitos e a promoção da paz internacional”.5
O conceito de serviço é essencial ao padrão de vida bahá’í, tanto individual como coletivo. “Deus nos deu olhos para podermos olhar o mundo ao nosso redor e nos segurarmos a tudo o que fará avançar a civilização e as artes. Ele nos deu ouvidos para podermos ouvir e aprender com a sabedoria dos eruditos e filósofos e nos levantarmos para promovê-la e praticá-la. Sentidos e faculdades nos foram concedidos para serem consagrados ao serviço do bem comum, para que nós, agraciados acima de todas as outras formas de vida pela perceptividade e razão, devamos labutar em todos os tempos e em toda a parte, seja grande ou pequena, comum ou extraordinária a ocasião, até que toda a humanidade esteja seguramente reunida na inexpugnável fortaleza do conhecimento”.6