Cada indivíduo é um membro da família humana e contribui para a vida da sociedade. O indivíduo toma iniciativas, aproveita as oportunidades, constitui amizades e constrói relações, se une a outros em serviço mútuo e toma decisões.
“E a honra e distinção do indivíduo consistem nisto, que dentre todas as multidões do mundo ele deve tornar-se uma fonte de bem-estar social,”1 escreveu ‘Abdu’l-Bahá.
Para atuar eficazmente durante o presente período de transição da história da humanidade, os indivíduos devem, acima de tudo, estar imbuídos de um forte senso de propósito que os impele a buscar o seu próprio crescimento espiritual e intelectual e a contribuir para a transformação da sociedade. Essas são dimensões fundamentalmente inseparáveis de um único processo, os padrões e comportamentos dos indivíduos moldam seu ambiente e, por sua vez, são moldados por processos e estruturas sociais.
Em um nível pessoal, o senso de propósito é expresso no desenvolvimento — através do serviço à humanidade — das vastas potencialidades com as quais Deus nos dotou. Essas potencialidades incluem as virtudes e qualidades latentes em todos os seres humanos e os talentos e características que são particulares de cada indivíduo. Bahá’u’lláh escreveu: “O Propósito do Deus Uno e Verdadeiro - exaltada seja Sua Glória - em se revelar aos homens, é pôr à vista aquelas joias que jazem ocultas dentro da mina de seus próprios verdadeiros, mais íntimos seres.”2
No contexto da transformação da sociedade, nosso objetivo é ajudar a levar adiante uma civilização sempre em avanço, dedicando nossas energias e habilidades para a promoção do bem-estar da raça humana. "Buscai, em todos os tempos, prestar algum serviço a todo membro do gênero humano…”, disse ‘Abdu’l-Bahá. “Sede sinceramente bondosos, não apenas na aparência…. Que faça algum bem a toda pessoa com quem cruza no caminho e seja-lhe de algum benefício. Que aprimore o caráter de cada um e dê nova orientação às mentes dos homens.”3
Nós buscamos este propósito moral duplo impulsionados pela convicção de que somos membros de uma única família humana. Isso nos permite sentir parte de um todo orgânico e nos liberta da intolerância, do preconceito, do fanatismo e da superstição que podem paralisar a ação coletiva e frustrar os impulsos positivos em direção à mudança.
O padrão que Bahá’u’lláh vislumbrou para o indivíduo efetivamente desempenhar seu papel em ajudar a sociedade a alcançar uma prosperidade material e espiritual é extremamente necessário. Ainda que a perfeição não seja um requisito; o que é preciso de nós é um sincero esforço diário em direção a esse elevado padrão. Somos convidados a trilhar um caminho de serviço comum — apoiando-nos uns aos outros e avançando juntos, com uma postura humilde para valorizar a contribuição de cada pessoa e evitar as armadilhas do falso moralismo.