Aceitar a unicidade da humanidade demanda que o preconceito — racial, religioso ou relacionado a gênero — seja totalmente eliminado.
Interpretações errôneas e preconceitos que consideram um grupo de pessoas superior a outro são alguns dos fatores que mais contribuem para as aflições presentes da humanidade. Preconceito é uma falsa concepção, ou preconcepção, dos outros, baseada em ignorância, que nos cega para o fato de que cada pessoa é essencialmente um ser espiritual com talentos e capacidades ímpares, uma “mina rica em joias de inestimável valor.”1
Forjar laços sólidos com pessoas de todas as trajetórias da vida é um antídoto para a doença corrosiva do preconceito. “buscai diligentemente a verdade e fazei de todos os homens vossos amigos,”2 disse ‘Abdu’l-Bahá.
A conquista da completa igualdade entre os gêneros é um dos mais importantes pré-requisitos para construir um mundo unido. O preconceito de gênero perpetua uma injustiça contra as mulheres e promove no homem atitudes e hábitos nocivos que são levados da família para o local de trabalho, da economia para a vida política e ultimamente para as relações entre Estados. Não há base moral, prática ou biológica que sustente a negação da igualdade de gênero.
“O mundo humano tem duas asas, por assim dizer: uma é a mulher; a outra o homem.” observou ‘Abdu’l-Bahá. “Enquanto estas duas asas não tiverem forças equiparadas o pássaro não voará.”3
Nenhum grupo étnico ou cultural é superior a outro. Todos recebem o amor de Deus em igual medida. ‘Abdu’l-Bahá disse: “Deus é o pastor de todos e nós somos seu rebanho. Não existem muitas raças. Só existe uma raça.”4
O reconhecimento, pelas ciências biológicas e sociais, do homem como membro de uma única espécie humana, elimina qualquer base para o preconceito racial. Cada indivíduo, de qualquer esfera, pode contribuir para a melhora do mundo.
O racismo inibe as potencialidades de suas vítimas, corrompe seus autores e arruína o progresso humano. Para que este problema possa ser superado, a unicidade da humanidade deve ser universalmente apoiada e protegida pela lei e por políticas sociais.
O amor a toda humanidade não exclui o amor por seu país. Mas o nacionalismo descontrolado e seus preconceitos relacionados devem dar lugar a uma lealdade mais ampla, para o amor a humanidade como um todo. “Que nenhum homem se vanglorie de amar seu país;” disse Bahá’u’lláh, “antes deve se gloriar disto, que ama a sua espécie.”5
Contenda entre religiões tem sido, ao longo da história, causa de inúmeras guerras e conflitos e um importante obstáculo para o progresso. Contudo, a religião, escreveu Bahá’u’lláh, “é o maior de todos os meios para o estabelecimento da ordem no mundo para o contentamento pacífico de todos os que nele habitam.”6
O preconceito religioso deve ser eliminado à medida que a humanidade caminha para sua maturidade. Os seguidores de todas as religiões devem se perguntar como as diferenças entre eles serão resolvidas. O desafio diante das lideranças é o de considerar a situação da população e se perguntar se podem submergir suas diferenças em um espírito de paciência mútua de modo que possam trabalhar juntos para o avanço da compreensão humana e da paz