Hoje, a raça humana está passando pelo período turbulento de sua adolescência, caminhando em direção ao próximo estágio da sua vida — o período da maturidade, que é caracterizado pela eclosão de uma civilização global unificada. Nosso bem-estar, nossa paz e segurança são todos dependentes do firme estabelecimento da unidade.
Para criar este novo mundo, muitos padrões de comportamento que caracterizam fases iniciais da nossa existência devem ser postos de lado. “Devemos nos esforçar incessantemente e sem descanso para realizar o desenvolvimento da natureza espiritual do homem, ” escreveu ‘Abdu’l-Bahá, “e empenhar-nos com energia incansável para conduzir a humanidade à nobreza de sua verdadeira e designada posição.”1
“Nos esforcemos de coração e alma, para que se estabeleça no mundo a unidade.”2
O principio fundamental da unicidade da humanidade requer um profundo avanço em nosso modo de pensar: “se, de todo coração, desejais amizade com todas as raças da Terra, vosso pensamento, espiritual e positivo, propagar-se-á; virá a ser o desejo dos outros, tornando-se cada vez mais forte, até atingir as mentes de todos os homens.”3
Pensamentos nobres em si mesmos, contudo, não são suficientes. Eles devem ser traduzidos em ação. A verdade de que a humanidade é uma deve ser, hoje, constantemente exposta e ensinada a todos.
Amizade genuína e universal é um requisito para compreender a unidade humana. “Tão intenso deve ser o espírito de amor e de bondade, que o estranho sinta-se um amigo e o inimigo, um verdadeiro irmão, não existindo entre eles qualquer diferença.”4
Na nova civilização preconizada por Bahá’u’lláh, todas as pessoas devem sentir e agir como se fossem cidadãos de uma mesma terra. “Não deveis permitir que o convencionalismo vos faça parecer frios e antipáticos a indivíduos estranhos de outros países... Que a demonstração de amizade unicamente com palavras não vos satisfaça; deixai vosso coração incendiar-se de afetuosa bondade por todos aqueles que cruzarem vosso caminho.”5
O serviço desprendido ao próximo é uma expressão natural de aceitação do princípio da unicidade da humanidade. “O mérito do homem está em serviço e servitude e não na ostentação de afluência e riqueza... ”6 escreveu Bahá’u’lláh. “A melhora do mundo pode ser realizada através de ações puras e boas, de conduta louvável e digna.”7
Para a raça humana que se aproxima da maturidade, devemos exercer cautela também na maneira como nos expressamos. Compartilhar ideias com bondade pode ter um efeito profundo em quem as escuta. Ademais, nada pode infligir mais dano para a unidade do que ocupar-se com as faltas das pessoas, ou pior, disseminá-las para outros. Em vez disso, devemos concentrar nossos pensamentos no amor e na unidade, focando nas qualidades distintas das pessoas e perdoando as faltas de cada um.
A cultura competitiva prevalecente em tantos aspectos da vida hoje, torna extremamente difícil libertar-se da preocupação de colocar-se em primeiro lugar. Até mesmo as escolhas feitas pelos pais podem influenciar as crianças, ainda que sem intenção ou inocentemente, encorajando-as a perseguir paixões mundanas — admiração pelo poder e status, amor ao luxo, obsessão pela autossatisfação.
Atitudes como essas produzem afastamento, em vez de união. Elas abrem o caminho para um indivíduo estar preocupado em tentar “se enaltecer acima dos outros.”8
Com um entendimento profundo da unicidade da humanidade, podemos começar a ver nossos interesses como complementares. Sem ele, somos tomados por conflitos e vemos o sucesso de maneira limitada. Bahá’u’lláh diz: “o mais negligente é o que disputa futilmente e procura colocar-se acima do irmão.”9