“Longe esteja de Sua glória uma pena ou língua humana transmitir a mais leve sugestão de Seu mistério…” –Bahá’u’lláh

Revelação 

O Propósito da Religião

A religião, escreve Bahá’u’lláh, é “o instrumento principal para o estabelecimento da ordem no mundo e da tranquilidade entre seus povos”.1

Não é o objetivo de cada Revelação”, pergunta Ele, “efetuar uma transformação em todo o caráter da humanidade – uma transformação que se manifeste tanto exterior como interiormente, que afete a vida íntima bem como suas condições externas?2

Após a vinda do Manifestante de Deus, ocorre extraordinário progresso no mundo. Chegando às raízes da motivação humana, Seus ensinamentos despertam em toda a população capacidades de contribuir para o avanço da civilização numa medida anteriormente impossível. Inspiram também realizações empolgantes em todos os campos do empreendimento humano e eliciam de seus seguidores extraordinárias qualidades de heroísmo, abnegação e autodisciplina. São criados códigos universais de leis e sistemas institucionais que unem as pessoas em sociedades cada vez maiores e mais complexas.

Assim – como força condutora do processo civilizatório e agente básico do desenvolvimento humano – a religião tem o poder tanto de nutrir o caráter moral como de influenciar profundamente relações sociais.

Os ensinamentos que os sucessivos Manifestantes de Deus revelam à humanidade são dotados “de tal potência que pode instilar nova vida em todo corpo humano”.3 Uma vez aceitos, esses ensinamentos podem revolucionar velhos padrões de pensamento e contribuir para um novo entendimento nos mais profundos níveis de crença para “traduzir para a realidade e ação aquilo que foi escrito”.4

Ao adotar e pôr em prática os ensinamentos divinos, o verdadeiro crente é conduzido “à sinceridade de intenções, aos elevados propósitos, à pureza e honra imaculada, à bondade e à compaixão insuperáveis, à preservação de seus convênios quando tiverem pactuado, ao interesse pelos direitos alheios, à liberdade, à justiça em cada aspecto da vida, à humanidade e à filantropia, ao valor e aos incansáveis esforços no serviço ao gênero humano”.5

A religião provê também os ensinamentos e o poder unificador através dos quais sociedades inteiras podem obter ordem e estabilidade. E é unicamente o Verbo de Deus que “pode pretender a distinção de estar dotado da capacidade exigida para uma transformação tão grande e de tamanho alcance”.6

Nenhuma transformação duradoura pode ser efetivada sem unidade e acordo “e o recurso perfeito para engendrar concórdia e união é a verdadeira religião”.7 Ela deve “unir todos os corações e fazer com que as guerras e disputas desapareçam da face da terra, dar origem à espiritualidade e trazer vida e luz a cada coração”.8

A indispensabilidade da religião para a ordem social tem sido demonstrada repetidamente pelo seu efeito direto em leis e moralidade. Quando a lâmpada da religião é obscurecida, o resultado é caos e confusão, e as “luzes da equidade e justiça, da tranquilidade e paz, deixariam de brilhar”.9

As separações e conflitos entre as pessoas em nome da religião são contrárias à sua verdadeira natureza e propósito. “Se a religião torna-se causa de aversão, ódio e divisão, melhor seria deixá-la, e retirar-se de tal religião constituiria ato verdadeiramente religioso”,10 disse ‘Abdu’l-Bahá. “Qualquer religião que não seja fonte do amor e da unidade, não é verdadeira religião”.11

Observações

Observação: