Os esforços bahá’ís de ação social procuram promover o bem-estar social e material de pessoas de todas as camadas sociais, quaisquer que sejam suas crenças ou origens. Tais esforços são motivados pelo desejo de servir a humanidade e contribuir para a mudança social construtiva. Juntos, eles representam um crescente processo de aprendizagem preocupado com a aplicação dos ensinamentos de Bahá’u’lláh, juntamente com o conhecimento acumulado em diferentes campos do empreendimento humano, à realidade social.
Questões de desenvolvimento social e econômico podem ser complexas e os esforços dos bahá’ís em se dedicar à ação social são comparativamente modestos. São geralmente executados por pequenos grupos de indivíduos numa localidade onde os cursos do instituto de capacitação são amplamente oferecidos. Esforços emergem de uma crescente consciência coletiva. A maior parte são projetos de duração fixa. Chegam a um fim quando seus objetivos tiverem sido cumpridos. Podem estar relacionados a qualquer um dos diversos campos, por exemplo, saúde, saneamento, educação, agricultura ou proteção ambiental. Qualquer que seja sua natureza, visam melhorar algum aspecto da vida da população local. Em alguns casos, os que se dedicam à ação social nas bases da comunidade conseguem expandir a diversidade de suas atividades de um modo orgânico e seus esforços evoluem para projetos de uma natureza mais sustentada, com estrutura administrativa.
Em tais casos, uma organização sem fins lucrativos ou não governamental pode ser estabelecida por um grupo de bahá’ís, frequentemente com colegas de mesma mentalidade, para tratarem de uma outra questão de desenvolvimento social e econômico. Funcionando com base em princípios da Fé Bahá’í, é geralmente denominada uma “organização de inspiração bahá’í”. Ela provê capacidade institucional num país ou região para tratar da geração, aplicação e difusão de conhecimento sobre desenvolvimento. Uma organização dessas, tipicamente começa com uma linha de ação básica e permite que com o tempo seus esforços cresçam em complexidade.
Para as comunidades na maioria das regiões uma das primeiras preocupações é assegurar que suas crianças e jovens tenham acesso a uma boa educação acadêmica. Atualmente há algumas organizações de inspiração bahá’í que planejaram programas bem definidos, especialmente no campo da educação, e membros de comunidades locais em todo o mundo podem, com contínua capacitação no uso de materiais, adotar seus métodos e abordagens. Muitos homens e mulheres jovens capazes, que de outro modo poderiam ser forçados a deixar seus vilarejos em busca de emprego, são particularmente beneficiados. À capacitação que eles desenvolveram com o estudo dos cursos do instituto, são adicionados novos conhecimentos e habilidades. E eles se tornam os catalisadores para novo progresso: a capacidade cresce na comunidade, mesmo que moderadamente, para ação coletiva em campos como educação, saúde e produção de alimentos, e resistir à influência de forças destrutivas que dilaceram a estrutura social.
Neste ambiente, o conselho administrativo local ou Assembleia Espiritual Local serve como voz de autoridade moral. Ela interage com as estruturas sociais e políticas da localidade, consultando com elas sobre o trabalho que os bahá’ís estão fazendo para o progresso do vilarejo ou vizinhança. Ela também se certifica de que, enquanto pequenos grupos se empenham para melhorar as condições locais, a integridade de seus esforços não seja comprometida. Projetos excessivamente ambiciosos que podem consumir as energias e finalmente deter o progresso são evitados. Os esforços crescem de acordo com a capacidade da população local para os levarem adiante. Sustentabilidade é uma consequência natural do próprio processo.
Para os bahá’ís, ação social é exercida com convicção de que toda população deve ser capaz de traçar o caminho do seu próprio progresso. Mudança social não é um projeto que um grupo executa em benefício de outro.